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A logística para o Mundial de Clubes colocou Botafogo e Flamengo em lados opostos dos Estados Unidos – e o contraste entre as bases dos rivais cariocas não poderia ser mais marcante. Enquanto o Glorioso desfruta de uma preparação em um resort de luxo à beira do Oceano Pacífico, o Rubro-Negro optou por uma cidade que enfrenta forte decadência econômica na costa Atlântica.
O Botafogo escolheu Santa Barbara, na Califórnia, como seu quartel-general na primeira fase do torneio. Trata-se de uma das mais belas cidades da costa oeste americana, com qualidade de vida elevada, taxa de desemprego de apenas 2,9% e uma renda per capita anual de US$ 49.185 (cerca de R$ 272,3 mil).
Do outro lado do mapa, o Flamengo está sediado em Atlantic City, Nova Jérsei. Conhecida no passado como a “Las Vegas da Costa Leste”, a cidade amarga um cenário econômico bem mais difícil. A taxa de desemprego local é de 9,1% e a renda per capita anual não passa de US$ 24.824 (aproximadamente R$ 137,5 mil) – quase metade do registrado em Santa Barbara.
Paraíso botafoguense
Santa Barbara vive uma atmosfera perfeita para a chegada do verão: praias, montanhas, ruas arborizadas, hotéis cheios e clima festivo. É nesse cenário que o elenco comandado por Renato Paiva se prepara para a estreia no Mundial de Clubes, marcada para o próximo domingo, às 23h (horário de Brasília), contra o Seattle Sounders, no Lumen Field.
A cidade fica a cerca de duas horas de carro de Los Angeles, onde o Botafogo enfrentará Paris Saint-Germain e Atlético de Madrid no Rose Bowl. Embora o futebol não tenha alterado a rotina local, a presença do clube brasileiro chama atenção durante os deslocamentos da delegação para o Westmont College, com escolta policial nos trajetos de cerca de 30 minutos.
A hospedagem do Botafogo é digna de luxo: o Ritz-Carlton Bacara, um resort cinco estrelas com vista para o Pacífico. A diária mais barata na atual temporada está na casa dos R$ 5,4 mil, e os hóspedes são recebidos com taças de champanhe. Um ambiente que reflete a nova fase vivida pelo clube sob o comando de John Textor.
O outro lado do contraste
O Flamengo, por sua vez, optou por Atlantic City, uma cidade que tenta sobreviver após décadas de glória. Localizada próxima à Filadélfia, onde o Rubro-Negro enfrentará Espérance e Chelsea, a cidade já foi polo turístico por conta dos cassinos, mas entrou em declínio nos anos 2000 por falta de diversidade econômica.
A delegação flamenguista está hospedada no Sheraton Atlantic City Convention Center Hotel, onde as diárias giram em torno de R$ 1 mil – valor significativamente menor se comparado ao resort californiano do Botafogo.
Por lá, o clima está longe da empolgação com o Mundial. Muitos moradores sequer sabiam da realização do torneio no país. “Não conheço o Flamengos”, disse Michael, morador local. Outro residente, Dave, confessou: “Não acompanho muito o futebol. Meu neto joga, mas não sei nada do Mundial”.
Em 2017, Atlantic City ganhou um clube de futebol próprio, o Atlantic City FC, que hoje disputa a The League for Clubs – uma liga alternativa nos EUA, sem o prestígio da Major League Soccer (MLS).
Cenários diferentes, um mesmo objetivo
Assim, com um oceano e realidades distintas separando os dois maiores rivais do Rio, Botafogo e Flamengo iniciam suas caminhadas no Super Mundial de Clubes. Resta saber se o ambiente escolhido para a preparação influenciará dentro das quatro linhas.
Fonte: Redação Fogão Play | GE